terça-feira, 20 de março de 2012

ANALFABETOS DO SÉCULO XXI


 Tempos idos, foram aqueles em que o simples conhecimento das letras, da leitura era símbolo de status social, e servia por vezes como maneira de dominação dos menos abastados que não possuíam recursos financeiros necessários para conseguir a alfabetização de sua prole.
O tempo passou, e por forças de vários tratados internacionais de quais o Brasil é signatário, e da própria Constituiçao Federal de 1988 que consagra o direito a educação, o Estado brasileiro investiu e investe muito na educação básica. Hoje os níveis de analfabetismo no território nacional vem caindo drasticamente nas ultimas décadas. É bem verdade que ainda há muito a se fazer, mas os progressos são perceptíveis a todos.
Nos dias atuais vislumbramos, porém, o surgimento de uma nova categoria de analfabetos, os “analfabetos digitais”. Com o advento de novas tecnologias, e meios de comunicação, vemos que as classes C e D brasileiras ainda estão longe dessa realidade.
O governo brasileiro, vem promovendo desde 2005, projetos que visam diminuir as desigualdades ao acesso as novas tecnologias. A famosa “inclusão digital”...
O problema quando tratamos desse assunto, em geral, é o conceito de “alfabetizar” que muitas vezes é utilizado quando tratamos da inclusão digital. Existem varias ong’s e o próprio governo desenvolvem projetos de “inclusão”, o problema é que as vezes leva-se, por exemplo, vários computadores a localidades distantes e isoladas, trabalha-se oficinas que em geral duram um ou dois dias e parece ou subentende-se que o problema esta resolvido.
Infelizmente não está... vender computadores a preços baixos, ensinar pessoas a “mexer” em algumas ferramentas do Windows, não promove a inclusão digital. Esse processo é muito mais amplo, e tem de necessariamente, fazer com que as pessoas “incluídas”possam usufruir de todas as ferramentas e que essas os ajudem a mudar a comunidade e a realidade em que vivem.
Infelizmente, o maior empecilho no Brasil ainda é o aspecto financeiro. É bem verdade que o valor médio dos computadores tem diminuído, mas só isso não basta. O acesso à internet ainda custa caro no Brasil, e os telecentros ou pontos de acesso públicos ainda estão muito aquém do necessário. Enfim caminhamos para um novo modelo de “analfabetismo”, onde o conhecimento e o domínio das ferramentas das novas tecnologias podem constituir-se como forma de opressão social e alienação da massa pobre pelas elites, como outrora foi o conhecimento da leitura.

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